Repesco agora o post "Preparar o futuro?" apropósito da problemática da falta de cultura empresarial em Portugal.Tenho de reconhecer que a este respeito pequei por defeito, isto é, pese em bora tenha uma importância consideravél, a mentalidade católica do país não é a grande culpada do problema, tal como eu insinuei ao remeter para Webber a identificação da causa principal.Há outras raõzes, tão ou mais importantes.Antes de mais a tardia industrialização do país, que se deu a sério já em pleno seculo XX e que foi acompanhada, e bem à luz de certas teorias, de fortes medidas proteccionistas.Esta tradição proteccionista teve o seu auge com Salazar e a Lei do Condicionamento industrial, segundo a qual as empresas instaladas tinham uma palavra a dizer quanto à entrada de novas empresas para o mercado, isto é, gozavam tanto de uma protecção face ao exterior, mediante tarifas aduaneiras elevadas, como de protecção face à concorrência no próprio pais.
Tudo isto vem a dar origem, já em período de liberdade, à cultura do facilitísmo e da subsidio-dependência de grande parte do tecido empresarial português cuja versão mais recente é o IAPMEI cujos apoios tem servido mais para manter o status quo do que para promover a inovação,o que constitui um gritante mau uso dos fundos comunitários.Um exemplo flagrante da cultura de facilitismo de que falo é dada pela segunda crise peterolifera, no inicio dos anos oitenta.Os países mais antingidos, Portugal incuido, viram-se forçados, e bem, a desvalorizar as moedas de modo a compençar diferenciais de inflacção e, por essa vida combater uma falta de competitividade externa.O Problema é que Portugal desvalorizou mais do que os outros paises, soçobrando as autoridades às pressões empresariais e não incentivando as empresas ao necessario ajustamento e melhoramento da produtividade.Ilustrando o que se passou pode-se dizer que o pricipal negocio das empresas exportadoras na altura eram os câmbios!
Em suma, não é pelos coitados dos empresarios terem de pagar IRC que não existe cultura empresarial em Portugal.Existe facilistismo e dependencia a mais do Estado.O Empresario, por definição é um tomador de riscos, em Portugal não há quem esteja disposto a correr os ditos.